Nome pomposo pra algo que se deveria aprender desde criança: comunicação empática. Pode não parecer, mas a gente toca o mundo do outro de formas que não poderíamos imaginar. Sempre falo aqui em casa que a gente deve tocar no mundo do outro com carinho, porque a gente nunca sabe a dor que pode estar por trás de um sorriso. Isso vale pra todo mundo, em todo lugar.
A comunicação empática é uma dessas formas de respeitar o sagrado do outro e é essencial tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Afinal, pode ser a diferença entre estabelecer conexões mais profundas ou machucar alguém que está em situação de fragilidade. Vamos pensar juntas sobre isso?
O que é comunicação empática
Mas, antes de tudo, o que é comunicação empática? De forma mais simples, é aquela facilidade de falar, se colocando lugar da outra pessoa, entendendo seus sentimentos e perspectivas. Quando nos comunicamos de forma empática, somos capazes de ouvir com atenção, validar as emoções alheias e expressar nossa opinião com tato.
Na página 362 do livro Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés, tem um trecho que ilustra bem o que eu acredito que seja a melhor forma de viver e se relacionar com sua essência e de quem está ao seu lado:
Forje seu verdadeiro trabalho
Construa aquele abrigo de carinho e conhecimento.
Transfira sua energia de um lado para o outro. […] Não permita que seus próprios complexos, sua cultura, os dejetos intelectuais ou qualquer papo furado político, pedagógico, aristocrático ou pretensioso lhe roubem essa vida.
Muitas vezes, na ânsia de resolver alguma coisa ou colocar nossa ideia na mesa, acabamos atropelando umas as outras e, sem querer, faltando com respeito e empatia com nossas irmãs. E pior, podemos nunca nos dar conta de que machucamos alguém.
Por outro lado, a comunicação empática é capaz de nos libertar, de nos permitir sermos nós mesmas e de nos conectar verdadeiramente com os outros. Quando sentimos que alguém nos ouve de verdade, que compreende nossos sentimentos e perspectivas, isso nos dá a sensação de que somos importantes e de que nossa voz tem valor.
Mas, e no dia a dia? É tudo lindo assim mesmo?
Infelizmente, nem sempre é fácil praticar a comunicação empática. Aprendemos desde cedo a julgar os outros e a colocar nossas próprias necessidades em primeiro lugar. Nossos complexos, nossa cultura, a forma como fomos orientadas a competir ao invés de colaborar, acaba drenando nossa energia e nos colocando no lugar da mulher-foca, sedentas pelo mar. Por isso, penso e repito:
Construa aquele abrigo de carinho e conhecimento.
Por mais que a gente acabe sendo confrontada com alguma situação desafiadora no trabalho e na vida pessoal, que nos deixem estressadas e com pouca paciência para ouvir, precisamos lembrar de tocar o mundo do outro com delicadeza.
Como fazer isso?
A comunicação empática é uma habilidade que podemos desenvolver. Para isso, é importante cultivar a humildade, a paciência e a disposição para aprender com os outros. Precisamos estar dispostas a deixar de lado nossas próprias perspectivas e nos abrir para as experiências, ideias e sentimentos das pessoas ao nosso redor.
No ambiente de trabalho, a comunicação empática pode ser especialmente importante para manter a harmonia e a produtividade da equipe. E ainda mais, fazer com que todo mundo se sinta confortável pra compartilhar ideias, impulsionando o time de forma exponencial. Inclusive, a comunicação empática pode ajudar a resolver conflitos e a construir relacionamentos funcionais.
Quando nos comunicamos de forma empática, somos capazes de estabelecer conexões mais profundas com as pessoas ao nosso redor e de nutrir a empatia, a compaixão e o respeito mútuo.
Por isso, eu gostaria de te encorajar a praticar a comunicação empática em seu dia a dia, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Lembre-se de que isso não significa ignorar suas próprias necessidades ou abrir mão de seus próprios limites, mas sim estar aberta e disposta a compreender e apoiar os outros, mesmo em um dia corrido ou diante das adversidades.
Vamos juntas, ser a diferença que queremos encontrar.