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Ciúme ou obsessão? Entenda a diferença e como tratar

Você sabe a diferença entre ciúme e obsessão?

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu um ciúme bobo… Porém, quando ele toma conta da mente e prejudica as relações, é hora de pensar melhor sobre isso. Isso porque existem dois tipos de ciúmes, o normal e o patológico.

Segundo a psiquiatra Maria Fernanda Caliani, “enquanto no ciúme não-patológico (normal) o maior desejo é preservar o relacionamento, no Ciúme Patológico a pessoa age como se houvesse a ameaça de um rival”. Entenda melhor cada um e o que fazer para lidar com essa situação.

Ciúme não patológico ou “saudável”

O ciúme é uma emoção humana, ou seja, absolutamente normal. Pode acontecer em relacionamentos amorosos, familiares, em amizades e até no trabalho. Veja algumas características:

  • É normalmente específico, quando algum comportamento ou fala de companheire (ou pessoas próximas), incomoda.
  • Pontual, aparecendo algumas vezes ao longo do relacionamento, sem prejudicar de fato – ao contrário do patológico.
  • Certamente está relacionado à ansiedade, mas não chega a ser patológico.

Não saudável

Apesar de contar graus de intensidade, há uma sensação de propriedade do parceiro. Não existe individualidade, liberdade de comportamento, expressão e até locomoção. É um relacionamento destrutivo, apresentando situações de ciúmes até do passado, quando nem estavam juntos.

Além disso, cria fantasias em sua mente, com base em ações que ele acha que existiram, tornando a vida um verdadeiro inferno. Veja alguns comportamentos típicos:

  • Não consegue se concentrar no trabalho, focando parte do tempo em imagens e verificações;
  • Investigação compulsiva da vida do parceiro, onde esteve, com quem falou, indo muito além;
  • Sem ser percebido, checa mensagens, rotas, bolsas, carteiras, recibos, fatura do cartão, quilometragem do carro ou roupas íntimas;
  • Nada ameniza a angústia que está sentindo.

O ciúme não saudável se divide em 2 tipos, o patológico e o delirante. Entenda melhor o que é cada um e o que fazer em cada caso:

Patológico

O ciúme patológico é marcado por características como o Transtorno Obsessivo Compulsivo, gerando um pensamento repetitivo involuntário.

Ele não somente incomoda e atormenta o paciente, como também reaparece constantemente, mesmo que tente suprimir. Podem ser imagens, filmes ou pensamentos, mas nesse caso ele sabe que não é real, apesar de reagir a eles.

Além do TOC, outras condições que podem desencadear o ciúme patológico são o uso de drogas e o alcoolismo. Mas felizmente existe tratamento, fazendo uso de antidepressivos, que ajudam a lidar com os pensamentos.

Além disso, é fundamental que o paciente faça terapia com um psicólogo, para ter ferramentas para identificar e controlar os pensamentos ilusórios.

Delirante

Esse é o caso mais complicado, podendo levar a consequências fatais. Isso porque o paciente não consegue distinguir o que é realidade e delírio. Ele transforma os pensamentos em realidade, mesmo sem evidências, através da distorção que ele faz da realidade.

Tem absoluta convicção que está sendo traído. Reforçada por coisas triviais, como uma cama desarrumada, passar a língua nos lábios etc. Pode inclusive recorrer à violência (física, verbal ou mental) para conseguir uma confissão do que está somente na sua cabeça.

Alguns exemplos de condições que podem levar ao ciúme delirante são a psicose, esquizofrenia e o transtorno delirante persistente. O tratamento deve ser realizado por um profissional de psiquiatria de confiança, que irá receitar o antipsicótico adequado para o caso.

Além disso, há também a necessidade do acompanhamento com o psicólogo, a fim de ter as melhores ferramentas para lidar com o problema. Veja mais detalhes no vídeo da psiquiatra Maria Fernanda Caliani.

 

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