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Impostora, eu? Sobre a síndrome do impostor

Esse artigo quase não sai… passei o dia pensando nele, mas a síndrome de impostor ficava repetindo: “você tem que pesquisar mais! Encontra aí uns estudos primeiro. Mas, já não está tarde pra escrever? Vai ficar algum erro!”. Em meio a tantas perguntas, decidi não dar ouvido à minha maior algoz – eu mesma.

Sim, você entendeu certo. Nesse artigo, vamos falar sobre a tal síndrome do impostor e como nos sabotamos, apenas por medo de não sermos tão perfeitas quanto pensamos que esperam de nós. E bora começar destrinchando essa frase.

O que é essa tal síndrome do impostor

Sabe quando você faz um negócio super legal, mas fica procurando defeito? Ou então, quando sente que não merece um elogio ou incentivo, já que nem fez taaanto assim? Pois é, essas são consequências bem comuns da síndrome do impostor.

Ela pode ser definida como a dificuldade ou até mesmo falta de capacidade de reconhecer suas próprias conquistas.

Pode acontecer no trabalho ou na vida acadêmica, com uma exigência cada vez maior para se ver como vitoriosa ou capaz.

Essa síndrome, além de trazer uma perspectiva distorcida da própria capacidade, também faz com que a pessoa acabe desistindo de alguns desafios importantes. Isso tudo porque fica aquela sensação, aquela voz interna, de que ainda falta alguma coisa.

O que isso tem a ver com autossabotagem

E é nesse sentir que falta algo, que ainda não está pronta, que o projeto não foi finalizado para ser colocado em prática, que a mulher desiste – sem nem ter começado. É aí que ela não aplica para uma nova vaga, não tenta novos desafios, se permite estar em situações de abuso, adia aquele curso e por aí vai.

Fica parecendo que há um inimigo interno, que não quer seu crescimento, sua felicidade, sabotando cada passo no caminho. Na realidade, isso é um processo de autossabotagem, onde – para não errar – a mulher desiste de fazer qualquer movimento importante, se perdendo em meio às demandas dos outros e da vida.

A perfeição e a expectativa alheia

Nós somos criadas para sermos ótimas alunas, mães, irmãs, filhas. Nada de risco, vai sujar o vestido e bagunçar os cabelos… risco, aventura, são coisas de menino. E assim crescemos, limitadas, ponderando mais do que o normal e na busca incessante pela perfeição.

Esse medo de errar está relacionado à necessidade de fazer tudo perfeitamente.

Não podemos decepcionar nossa mãe, pai, familiares, professores, chefes, colegas… não podemos deixar de atender ou de ser suficientes. Damos conta de jornadas triplas e somos as super mulheres!

Só que não… essa expectativa de que temos que dar conta de tudo, com perfeição e cada passo calculado, traz consequências nefastas, entre elas, a síndrome do impostor.

Como a síndrome do impostor afeta sua vida

Desde se permitir continuar em amizades e relações abusivas, até perder uma oportunidade de crescimento na vida, tudo pode ser alvo da síndrome do impostor. Ela independe de gênero, mas é muito marcante em pessoas femininas, dada a forma de criação e/ou pressões impostas pela sociedade.

Quer ver um dado interessante? Um estudo publicado pelo LinkedIn, mostra que em geral, as mulheres só aplicam para uma vaga se preencherem 100% dos requisitos. Já os homens, se arriscam mais, aplicando para trabalhos 60% compatíveis. Imagine quantas oportunidades estamos deixando passar!

Mudando essa perspectiva

Não é um trabalho simples, pois para nossa geração e as que vieram antes de nós, é um trabalho de desconstrução, uma jornada disruptiva. Precisamos conversar sobre isso, estudar e principalmente, de ajuda terapêutica. Mas nossas meninas podem ter um destino mais tranquilo, se mudarmos – não apenas a nossa realidade, mas também a forma como as criamos.

É preciso sair da zona de conforto, pisar na terra úmida, despir-se de tudo o que não agrega, para poder sentir o aroma das flores.

Não é fácil ou rápido. Não há receita pronta ou estradas largas a seguir. Mas a visão da nova realidade e do quanto vai poder alcançar, valerão cada passo e cada escolha.

Ao invés de exigir perfeição, boa postura, comportamento de ‘mocinha’, precisamos ensinar a correr riscos calculados, a ter presença, se aventurar em novos desafios e a ter liberdade de fala e pensamento. Assim, conseguimos reduzir o peso da síndrome do impostor, levando uma vida melhor para nossas meninas, que vão estruturar um novo conceito do feminino e seu papel na sociedade.

Dá uma olhada nessa palestra no Ted, que fala sobre a questão da síndrome do impostor, riscos, coragem e a forma como somos criadas.

2 comentários em “Impostora, eu? Sobre a síndrome do impostor”

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