Nós mulheres estamos sempre nos reinventando, concorda? Neste artigo, falo sobre minha jornada da escrita publicitária pro tech writing. Apesar de atuarem em nichos diferentes, copy e technical writing têm suas semelhanças. Vamos entender cada tipo de escrita, diferenças, semelhanças e como meus trabalhos foram me conduzindo aos poucos pra tech.
Ah! No final deixo dicas de cursos, grupos e leituras, pra você mergulhar nesse universo.
Copy e tech writing
Copywriting e tech writing são tipos de redação, porém com propósitos diferentes. O copywriting trata da criação de textos persuasivos, ou seja, tem a intenção de promover produtos, serviços ou ideias.
Já o tech writing envolve uma gama ampla de conteúdos, desde manuais técnicos, criação de cursos, documentação de software até textos científicos, visando comunicar informações complexas de forma clara e acessível.
Ou seja, Enquanto o copy cativa quem lê, o tech writing busca transmitir conhecimento.
Apesar de suas diferenças, ambos compartilham algumas semelhanças:
- necessidade de clareza e concisão.
- foco no público-alvo.
- transformar conceitos complexos em algo acessível e cativante
- contar histórias, seja pra gerar um click ou levar a pessoa usuária pela jornada de uso.
- pensar fora da caixa para apresentar ideias e conceitos de forma inovadora e eficaz.
- trabalhar sob pressão, com prazos curtos e muita organização.
Caminhando entre as escritas
Minha jornada profissional foi naturalmente caminhando pra escrita técnica… na realidade, começou nela e eu decidi testar novos ares. Te explico.
Depois de me formar em adm com foco em marketing, passei a fazer estudos de mercado de planos de negócios e EVTEs (textos extremamente técnicos), evoluindo mais tarde para os planos como um todo – não apenas a parte do marketing. Mas nos meus estudos aleatórios por aí (sim, tenho muito disso), decidi focar em redação web.
Pois, não comecei pelo copywriting, fui evoluindo e chegando nele e me aprofundando em temas como SEO, inbound marketing, gestão de conteúdo e afins. Ao mesmo tempo, também escrevia artigos científicos e whitepapers pra empresas, criava cursos, apostilas, scripts de aulas, tutoriais e guias.
Tudo na base do freelancer, que me permitia essa variedade, em plataformas de freelas que me levaram posteriormente a clientes fixos. Mas, sinceramente, não foi tudo um mar de rosas. Apesar de amar a escrita criativa, sentia falta de mais estabilidade… e foi como conheci o termo technical writing.
RE-descobrindo o tech writing
Eu já fazia a tal redação técnica, mas você acredita que eu não conhecia o termo? Foi uma musa maravilhosa quem me apresentou. Lá vem mais história rs
Pensando em começar a estudar desenvolvimento (isso, de código), eu enveredei nas buscas de carreiras e encontrei o tal do dev relations e com ele a maravilhosa Carol Vilas Boas, que na época atuava nessa área na ZUP.
Devorei o conteúdo dela e, como boa baiana cara de pau, fui lá bater no inbox dela, pra tirar umas dúvidas. E não é que ela não só me respondeu, como me chamou pra bater papo em call? Pois te digo, essa ligação foi uma virada de chave na minha carreira e na minha vida <3
Conversamos depois do expediente, por mais de uma hora… uma conversa inspiradora. Além de compartilhar a própria vivência e me incentivar, ela me falou tuuudo sobre devrels e me recomendou estudar formalmente o technical writing, já que eu o fazia, mesmo sem saber que existia.
Foi então que agarrei o leme e comecei a direcionar meus esforços pra essa área delicinha e super desafiadora, porém com foco em tecnologia. E aí que vem o lance… encarar uma nova linguagem, repleta de códigos e termos técnicos foi como aprender um novo idioma. Nem digo o desafio que foi aprender a lidar com o GitHub e VsCode 😅. Solução? Estudar e praticar muito.
Cursos e leituras na área de technical writing
Cada obstáculo foi também uma oportunidade de crescimento – e como eu cresci nessa jornada! Além de estar numa equipe incrível, que me ajudou infinitamente no processo, também mergulhei em alguns estudos, pra poder direcionar minha escrita técnica pra tecnologia.
Trago pra você meus favoritos:
- TCTW Technical Writing: nesse curso, além do rico conteúdo, a queridíssima Mari Moreira pegou a minha versão super verde no GitHub e teve a paciência de ensinar aquelas coisinhas básicas pra começar a rodar o trem… uma diva!
- Decolando em TW: da API à documentação: tech writer precisa entender e saber documentar API, ainda mais se quiser estabelecer carreira internacional (sim, é uma super possibilidade. Pesquisa aí nas vagas do LinkedIn)
- Technical Writing Essentials, da Alison: entenda o basicão de technical writing nesse overview super completo.
- Gestão de Projetos com Microsoft Teams: curtinho e objetivo, traz uma noção legal sobre o tema. Encontre no LinkedIn Learning.
- Disrupt Unconscious Bias and Improve Your Workplace Culture: TWs escrevem pra pessoas, pra todas as pessoas. Entender como os vieses podem direcionar e prejudicar nossa escrita, é fundamental. Disponível na Udemy.
Outros cursos e fontes de informação
Cogite estudar também métodos ágeis, pois se vai atuar em tech, muito provavelmente vai mergulhar neles. Outro ponto legal pra se aprofundar é nas tecnologias documentadas, com paciência e um passinho de cada vez.
Nesse momento, eu estou começando a estudar engenharia de prompt (aceitando dicas de cursos e leitura!), pra ajudar no desenvolvimento de prompts pra IA fazer a parte pesada da doc… vamos crescendo com o meio, certo?
Aproveite pra seguir o Tech Writing BR e o Technical Writer Forum, pra trocar ideias com outras pessoas tech writers e encontrar muito conteúdo legal.
Então, para toda galera criativa por aí que está pensando em dar uma guinada na carreira, minha dica é simples: não tenha medo de abraçar o desconhecido. Se você tem paixão, determinação e disposição pra se desafiar, o céu é o limite!